Segundo estudos do Fórum Econômico Mundial, até 2050, haverá mais plástico no oceano do que peixes. Essa previsão assustadora indica a urgência de tratar esses resíduos plásticos com maior atenção, e torna evidente o impacto que o aumento no seu consumo gera para o meio ambiente, e essa é uma responsabilidade de todos: cidadãos, empresas e Estado.
O plástico tornou-se indispensável nos mais diversos tipos de indústria, garantindo, por exemplo, possibilidade de armazenamento e comercialização de produtos de forma mais econômica e acessível. No entanto, seu consumo exponencial, aliado ao seu descarte incorreto, tem sido preocupante para a população geral, uma vez que são materiais que demoram mais de 200 anos para se decompor e ainda podem gerar contaminação por meio dos microplásticos.
Assim, diversas estratégias já foram planejadas para tentar controlar esse aumento, e uma delas foi o investimento no aprimoramento de uma enzima capaz de “digeri-lo“. Essa enzima, conhecida como PETase, foi descoberta acidentalmente em uma espécie de lixão no Japão, e, após uma série de estudos, descobriu-se que ela era produzida pela bactéria Ideonella sakaiensis e tinha a capacidade de quebrar o PET em partes menores.
Após algumas manipulações genéticas dessa enzima, os pesquisadores foram capazes de desenvolver modelos ainda mais eficientes, capazes de tornar essa digestão ainda mais rápida, de modo que alguns testes mostraram a digestão do plástico em 24 horas. Assim, as unidades geradas nessa degradação poderiam ser transformadas em um novo produto, criando realmente um sistema circular de reciclagem.
Esse processo é muito interessante para lidar com as mais de 10 bilhões de toneladas de plástico existentes no planeta, buscando reduzir esse número e gerar novos produtos com essa matéria. As empresas também têm um papel fundamental nessa história, e podem contribuir ao optar por embalagens verdes para comercializar seus produtos, as quais utilizam polímeros de rápida degradação e menos poluentes; e também devem manter atualizado um planejamentos de destino correto dos resíduos, através do PGRS, por exemplo, documento que orienta a empresa e seus funcionários sobre a destinação adequada do material que ela vai dispensar, evitando muitos problemas ambientais e garantindo conformidade com as legislações.
Assim, essa responsabilidade social e ambiental das empresas, aliada ao avanço científico na digestão de produtos plásticos, pode gerar muitos avanços nesses quesitos, contribuindo para um futuro mais limpo.